O "equilíbrio do terror" entre potências nucleares sempre foi baseado na
racionalidade dos líderes. A sigla em inglês "MAD" da expressão
"destruição mútua assegurada" forma a palavra "louco".
Mas os líderes da Coreia do Norte constantemente desafiam os limites da
racionalidade, quando no passado bombardearam com artilharia uma ilha e
afundaram uma corveta da rival Coreia do Sul.
É portanto impossível prever se o Norte de fato quer iniciar uma guerra
de grandes proporções. Um país com 35 mil estátuas dos seus ditadores é
algo claramente imprevisível e difícil de entender racionalmente.
Seria suicídio para o regime norte-coreano provocar um conflito com os
Estados Unidos. Os EUA têm 4.650 armas nucleares em estoque, das quais
cerca de 2.150 estão operacionais em mísseis e bombardeiros. Mesmo com
armamento convencional os americanos poderiam destruir boa parte da
infraestrutura e das forças militares da Coreia do Norte.
A retórica belicosa do jovem ditador Kim Jong-un serve tanto para
consumo interno como para forçar novas concessões da Coreia do Sul e dos
EUA. Mas ele está chegando no limite do tolerável.
Dados sobre as capacidades militares do Norte são pouco confiáveis. Não
existem estimativas precisas de quantas armas nucleares ele teria, ou se
seus foguetes teriam alcance para atingir território americano, ou
mesmo se o país teria a tecnologia para produzir uma arma pequena o
suficiente para ser instalada na ponta de um míssil.
Aquele que seria o míssil mais poderoso, o Taepong-2, só teve um teste
até hoje, em 2006, e fracassou. As estimativas sobre seu alcance são
altamente imprecisas; os especialistas falam que poderia atingir alvos
entre 4.000 km a 9.000 km de distância. Teoricamente uma versão mais
"turbinada" poderia atingir o Havaí ou a base americana em Guam.
Se defender contra mísseis balísticos com sua velocidade de milhares de
metros por segundo é algo dificílimo, mas os americanos têm investido
pesadamente em armas contra eles. É o caso do Thaad, sigla em inglês
para Defesa de Área Terminal de Alta Altitude, que será instalado em
Guam.
"Defesa de Área" é um termo para um míssil antiaéreo ou antimíssil capaz
de proteger uma área variável e razoavelmente extensa. No caso, o Thaad
tem alcance estimado de 200 km, mas pode atingir alvos a 150 km de
altura.
Outra forma de defesa americana são cruzadores e destróieres equipados
com o sistema de radar Aegis. Projetado para defender a esquadra contra
ameaças múltiplas, nos últimos anos passou a ter também uma capacidade
contra mísseis balísticos. Dois navios do tipo já foram deslocados para o
mar em torno das Coreias.
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